quinta-feira, 3 de julho de 2008

Gêmeos Semi-idênticos / Fecundação por dois espermatozóides

Médicos descobrem novo tipo de gêmeos nos EUA
Crianças são "semi-idênticas", produto da fusão de um óvulo e dois espermatozóides. Irmãos compartilham 100% do DNA materno mas só 50% do paterno; fenômeno só foi descoberto porque um dos bebês é hermafrodita. Gêmeos normalmente são classificados como idênticos (com o mesmo DNA) ou fraternos (com DNA diferente). Um grupo de médicos acaba de descobrir, porém, um terceiro tipo de fraternidade, um grau de semelhança intermediário entre os dois tipos já conhecidos. Um grupo liderado pela pesquisadora Vivienne Souter, do Centro Médico Samaritano Banner Good, nos EUA, fez a descoberta ao analisar o DNA de dois bebês de identidade não-revelada. Um nasceu hermafrodita; o outro é um menino aparentemente normal. Ao analisar os bebês, os cientistas descobriram que seus alelos (genes de uma das duas cópias de DNA) herdados por parte de mãe eram iguais, mas a herança paterna era diferente. "Os gêmeos compartilham 100% dos alelos maternos e aproximadamente 50% dos paternos", relatam Souter e colegas em estudo na revista "Human Genetics". Segundo os pesquisadores, o fenômeno aconteceu porque os gêmeos se originaram de um único óvulo fecundado por dois espermatozóides do mesmo pai. O zigoto formado teria então se dividido em dois, dando origem a dois embriões. Ao que tudo indica, o fenômeno é muito raro. Já se sabia que a fertilização dupla era possível: ocorre em cerca de 1% dos casos, mas em geral o embrião não sobrevive. Para que ela resulte em gêmeos semi-idênticos, porém, ainda é preciso que ocorra a divisão do zigoto. Além de raros, os gêmeos quase-idênticos são difíceis de descobrir. As duas crianças mencionadas no estudo provavelmente não teriam despertado a curiosidade de cientistas se uma delas não tivesse problemas anatômicos. Uma característica relevante da composição genética dos gêmeos, descoberta pelos cientistas, é que eles são "quimeras", ou seja, nem todas as células no corpo de cada um deles possuía DNA igual. "A proporção de células XX [femininas] e XY [masculinas] varia entre os gêmeos e entre tecidos analisados", afirmou o grupo. Isso significa que, dependendo da parte do corpo de onde eles extraíam as células para a análise genética, um DNA diferente estava presente, tanto na criança hermafrodita quanto no bebê normal.
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